RELATO FINAL DE EXPERIÊNCIA NO ESTÁGIO III

Começamos nossa intervenção com certo receio, tivemos dificuldades no início meio e fim. As observações feitas no Estágio I e II nos encaminham para a escolha do conteúdo, mas não garantia o sucesso das aulas. Escolhemos trabalhar a Ginástica usando a tecnologia como ferramenta, então agora era fazer acontecer tudo o que tínhamos planejado...

Já no segundo dia de aula, aconteceu um acidente, porém usamos esse imprevisto para mostrar aos alunos que estamos sujeitos a acidentes nas aulas de Educação Física como em tudo na vida. Sem desistir do conteúdo e da turma, replanejamos nossas aulas.

Seguimos nosso trajeto com o 1º ano do Ensino Médio tentando construir, ensinar e aprender também com eles da forma mais agradável e dando a eles toda a autonomia, para que se sentissem a vontade nas aulas e tivemos uma grande surpresa, pois eles cooperaram além do que esperávamos para as aulas. Eles vivenciaram, pesquisaram, e construíram. Inclusive no tempo “pós-escola”.

Ao longo de nossas aulas fizemos uma avaliação formativa, onde notamos vários pontos importantes de se destacar como:

• a participação nas aulas pela nota; 
• falta da quadra mencionada por vários alunos; 
• e a preocupação da queda da menina que ocorreu no segundo dia de aula;

Outra avaliação importante que fizemos foi a construção dos trabalhos que podem ser vistos nas postagens anteriores. Porque os alunos tiveram que pesquisar, construir e fotografar os movimentos de ginástica para que pudessem montar um vídeo. E ao final dos trabalhos pudemos perceber que os alunos têm capacidade de criar e pesquisar, pois os vídeos ficaram bons e o que faltava era um pouco mais de empenho para realizá-los.



Também avaliamos os alunos do 1º ano com uma prova objetiva com questões de todo conteúdo ministrado e trabalhos apresentados em sala. Muitos erraram perguntas do próprio trabalho. Mas também tivemos poucos alunos que nos surpreenderam com suas justificativas em algumas questões, pois estavam bem escritas. Isso seria resultado d falta de atenção nas aulas? No conteúdo? Descaso pela disciplina? Inexperiência com provas teóricas de Educação Física?

Não foi fácil ministrar nossa proposta de intervenção, porém um fato muito importante foi o repensar, afinal apesar das observações, somente intervindo na mesma que pudemos perceber a reação com conteúdo. O tempo todo foi necessário um replanejamento na tentativa de maior adaptação da turma, maior aproveitamento do conteúdo, etc. Algumas coisas de nosso planejamento inicial foram deixadas, enquanto outros foram acrescentadas.

Apesar dos apesares, toda a experiência do nosso estágio foi muito positiva, incluindo o acidente, pois foi mais um desafio que tivemos que encarar logo no início de nossa intervenção.

O lidar com os adolescentes nos deu muito medo a princípio, mas damos a eles autonomia, isso foi essencial para adquirir deles confiança. Procurávamos conversar mais do que cobrar, ou só ‘cuspir conteúdos’, fizemos com que eles pesquisassem, construíssem seus conceitos, criassem movimentos, descobrissem possibilidades e limites corporais. Tudo isso nos rendeu um bom contato com os alunos, onde estávamos abertas a ouvir o que eles tinham a dizer, nos deu mais liberdade para aplicar nosso conteúdo. Entramos como mediadoras de todo processo, e não produtoras.

No mais, podemos acrescentar aqui que ao final, nos dá um grande orgulho de nossa experiência. Outro fator de orgulho foi a professora da turma que em uma conversa informal nos contou que aprendeu conosco a ser persistente na aplicação de novos conteúdos, e ainda que aderiu a nossos métodos (implementação de informática e tecnologia na Educação Física) com outra turma.

Procuramos a todo momento ser transparentes e sinceras, sem omitir nenhuma de nossas frustrações, ou fracassos afinal o Estágio Supervisionado nos serve para isso, não é!?

Então, diante da nossa experiência...
Que professores queremos ser? Que sujeitos queremos formar?
Porque não arriscar, experimentar novos métodos e conteúdos?
É preciso que pensemos...